É tempo de pesquisa na APA do Ibirapuitã

on segunda-feira, 22 de novembro de 2010

22/11/2010
BIODIVERSIDADE DO PAMPA
É tempo de pesquisa na APA do Ibirapuitã

Após longo período de escassez de geração de dados científicos no território da Área de Proteção Ambiental do Ibirapuitã, 2010 está sendo um ano chave para o conhecimento da região desta que é a única área protegida federal localizada no Bioma Pampa. Diversas parcerias estão possibilitando a obtenção de dados importantes para a gestão da APA:

Projeto URB-AL Pampa – através deste projeto de cooperação internacional entre Brasil, Uruguai e Portugal estão sendo realizados o Levantamento Socioeconômico e o Inventário de Potencialidades para o Uso Sustentável das propriedades. Este projeto é co-financiado pela Comissão Européia através do Programa URB-AL III e, além de responder questões como quantas pessoas moram dentro da área protegida, o que produzem e qual a situação atual do acesso destes moradores à água, luz, estradas, etc, tem por finalidade ajudar os políticos e técnicos da Intendência de Rivera/Uruguai e das prefeituras de Alegrete, Quaraí, Rosário do Sul e Santana do Livramento a trabalharem de forma conjunta na busca de soluções para os problemas da região. Até o final deste ano o projeto terá concluído a alimentação de seu Banco de Dados com as informações sobre a população e as propriedades da APA do Ibirapuitã.

Projeto PELD/FZB – desde final de setembro este projeto está sendo executado pelos pesquisadores da Fundação Zoobotânica – FZB e é financiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia através do Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração – PELD. Deverá trazer informações valiosas sobre a biodiversidade da APA e a relação desta diversidade biológica com os diferentes ambientes e com as principais atividades econômicas realizadas nesta área protegida, a fim de estimular as práticas que favorecem a riqueza das espécies nativas, permitindo a integração equilibrada entre meio ambiente e produção econômica. Está dividido em oito subprojetos, os quais estudarão os peixes, os organismos aquáticos (algas, insetos, fitoplânctons, etc), a composição vegetal das matas ciliares, a variação entre espécies ligadas ao campo nativo em situações com e sem pastejo, os invertebrados terrestres (insetos, moluscos, aranhas, etc), além de mapear a paisagem, o uso e a cobertura do solo de todo o território da APA e avaliar diferentes relações entre ambiente e produção com o objetivo de definir as formas de produzir que mais contribuem para a proteção da biodiversidade.

Parceria RAN-APA – durante a semana passada (14 a 20 de novembro) ocorreu uma expedição de dois biólogos especialistas em répteis (cobras, tartarugas, lagartos) e anfíbios (sapos) pelo território da APA. Durante esta expedição foi estabelecida uma parceria entre o analista ambiental do RAN (Centro Especializado de Pesquisa em Répteis e Anfíbios) e os analistas da APA do Ibirapuitã, com a finalidade de montagem de um projeto para realizar o levantamento sobre quais espécies de répteis e anfíbios ocorrem no território da APA e da Serra do Caverá. Ao longo de sua curta expedição, os técnicos identificaram a ocorrência de 14 espécies de anfíbios (rãs, sapos e pererecas) e de 5 espécies de répteis (serpentes e lagartos), informação que já se encontra disponível no site da APA.

Plano de Manejo e Conselho Gestor – em 2011 a meta da APA é a reativação de seu conselho e a revisão e avaliação dos dados já disponíveis, visando a elaboração do Plano de Manejo da APA do Ibirapuitã. O Plano de Manejo é o instrumento legal que define o que e onde cada atividade pode ou não ser executada dentro da área protegida. Ele deve ser construído em conjunto com a população que mora ou produz dentro da APA, sendo o conselho gestor o fórum onde deve se dar esta construção coletiva. O Plano de Manejo deverá obrigatoriamente garantir que sejam cumpridas as 12 metas de criação da APA do Ibirapuitã, a saber: 1. Garantir a conservação de uma porção significativa do Bioma Pampa; 2. Proteger a diversidade biológica; 3. Disciplinar o processo de ocupação territorial; 4. Assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais; 5. Fomentar o turismo sustentável; 6. Garantir a conservação de expressivos remanescentes de mata aluvial existentes na APA; 7. Garantir a conservação dos recursos hídricos; 8. Fomentar a Educação Ambiental; 9. Melhorar a qualidade de vida das populações residentes através da orientação e disciplina das atividades econômicas locais; 10. Fomentar a pesquisa científica; 11. Preservar a cultura e a tradição do gaúcho da fronteira; e 12. Proteger as espécies ameaçadas de extinção em nível regional.

Fonte: Escritório da APA do Ibirapuitã/ICMBio/MMA
http://sites.google.com/site/apadoibirapuita

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